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SAÚDE DO CORAÇÃO
DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA
24-01-2018 22:01:51
O bom ou mau exemplo – A pedagogia que vem do ladrão

Há um provérbio ou ditado popular que afirma: Uma forma de se educar um filho ou uma criança é com o exemplo. Quanta sabedoria e verdade contem essa afirmação. Os ditados e sentenças, frutos da criação das pessoas, de um grupo social têm muito de sociologia, de antropologia e filosofia. Porque tais afirmações não são oriundas de simples opinião individual. Elas resultam de observações e vivências diárias de uma sociedade, de conclusões e experiências concretas extraídos da vida diária e são passadas entre gerações de pessoas. São muito mais coerentes e convincentes do que a estatística, ciência que lida com números, dados e porcentagens. Enfim, os provérbios têm muito de ciência sem empregar ensaios científicos.

Um outro provérbio que trago para esse contexto é aquele que diz: A oportunidade faz o ladrão. Será? Veremos em seguida.

Tomando então o princípio pedagógico de que uma maneira de se educar um filho ou uma criança começa pelo exemplo. Tome-se como ilustração aquele princípio de que todos somos filhos dessa pátria chamada Brasil. Com tal consideração, os mandatários máximos da Nação seriam figuras e atores na condição de pais de todos os governados.

É uma relação simples, governantes/governados. Fazendo uma analogia com os sistemas políticos da idade média. Quais sejam, do senhor feudal e seus vassalos, súditos e submissos. Política e hierarquicamente falando (do Brasil), mesmo sendo um regime democrático representativo, existem os estratos sociais e administrativos entre governantes e governados, eleitos e eleitores. Trata-se de nossa pátria Brasil. Formamos classes de cidadãos.

Serviços Públicos, os políticos que nos representam, são escalas e classes em graus de funções e de importância. Assim é o estamento, assim é uma organização estatal. O que importa é que a dignidade das pessoas seja a mesma. Seria uma configuração geométrica da pirâmide; no ápice têm-se os líderes e chefes de Estado e dos outros Poderes, como Congresso e Judiciário; e na base estão os outros, os governados, os eleitores; enfim, o povão.

Fazendo uma apreciação como sujeito busquei então os fundamentos, as razões de tanta desonestidade, de tantas infrações éticas e legais em nossa sociedade. Nenhum setor da vida tem escapado aos desvios das normas da boa convivência social. Seja no trânsito, nos ambientes de trabalho, de condomínios, de comércio, de lazer, de cultura. Sequer os ambientes místicos (ou míticos) escapam aos expedientes e condutas do embuste, da fraude, do engano, do logro, da má-fé. Aí têm-se os falsos profetas, falsos administradores, falsos gestores públicos, falsos amigos, falsos em tudo.

Os fundamentos da disseminação da desonra e tanta vilania vêm justamente no provérbio do exemplo como ferramenta pedagógica. Se nosso País (Brasil), ou melhor, se nossos líderes, chefes e governantes mentem, trapaceiam e roubam eu também vou roubar. Por quê não? Essa é a energia que viceja e paira no consciente coletivo, na mente e no discernimento dos cidadãos (ãs). O modelo de conduta e inspiração de postura chega de forma vertical, vêm daqueles que sobrepairam a todos os súditos e governados. Em últimas palavras, se um presidente da República, se um chefe ou diretor do Poder Legislativo ou Judiciário comete fraude, improbidade administrativa ou peculato e até recebe propinas e outras vantagens porque não o cidadão comum e menor não faria o mesmo? Afinal este subalterno e mais humilde se espelha em algum modelo e exemplo como norma de vida. Veja o quanto funcionou o adágio popular – do exemplo como forma de educar.

Do outro adágio – A oportunidade faz o ladrão –, se tiram algumas explicações e conclusões. Em verdade a ocasião não faz o ladrão. Ela o complementa, faz o seu acabamento. Nenhuma oportunidade torna o indivíduo honesto ou ladrão. Ele já o é por índole e vocação. Aquele momento o favorece em sua conduta para o bem ou para o mal. Trata-se, uma vez mais, da atividade política e outras gestões da vida pública. Qualquer que seja a função, o servidor terá a chance de expressar o seu caráter, se para o bem ou para o mal, se para uma conduta ética e honesta ou delituosa e corrupta.

Um cidadão, um servidor público ou político honesto resistirá a todas as tentações em questões de suborno, de tráfico de influência e de corrupção. Nenhum dinheiro, ouro ou vantagem tornará o seu caráter ou honra venal, mercadoria de negócio, compra e venda.

É o contrário do desonesto e corrupto por educação, exemplo e formação. Para o fim de se locupletar, de enriquecer, de obter vantagem ele será capaz de negociar não só o seu caráter e sua honra, mas até a própria alma. Honesto é honesto sempre. Larápio o é em todo lugar e circunstância.

Desgraçadamente o Brasil está infestado de exemplos de gente do mal, dado a corrupção, roubalheiras e trapaças. E estes são péssimos modelos para nossos adolescentes e jovens em formação. Felizmente, tem-se do outro lado uma legião de pessoas humildes, honestas, cumpridores das leis e dos melhores exemplos éticos. Estes nos dão esperança de um País e um mundo melhores.

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas - Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia. Contatos: joaomedicina.ufg@gmail.com. Acesse: www.jjoaquim.blogspot.com.br

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